Restauro das Ruínas de São José do Queimado (ES) reacende memórias de resistência à escravidão

Ruínas de São João do Queimado

As Ruínas de São José do Queimado guarda memórias da luta e da resistência de negros escravizados no Espírito Santo. Um museu a céu aberto no município de Serra (ES), a estrutura se encontra na área do Sítio Histórico São José do Queimado, um sítio arqueológico cadastrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O trabalho de restauro do monumento, finalizado em agosto do ano passado, ganhou menção honrosa na 33ª edição do Prêmio Rodrigo Rodrigo Melo Franco de Andrade 2020. 

Ruínas de São João do Queimado, no município de Serra (ES) (Foto: Divulgação).

O trabalho de resgate do sítio histórico do Queimado, uma antiga demanda do movimento negro e de toda a sociedade capixaba, foi realizado pelo Instituto Modus Vivendi, a partir de um acordo de cooperação técnica e financeira assinado entre a Prefeitura da Serra e o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades).

Durante as intervenções, foi descoberta uma série de achados arqueológicos: a etapa da limpeza revelou estruturas arquitetônicas como a escada, o arco cruzeiro e o piso da nave, além de favorecer a percepção de como se apresentavam as edificações originais antes do arruinamento. Dentre as ações para garantir a preservação das Ruínas da Igreja de São José do Queimado também foi feita a sustentação das paredes com estrutura metálica.

História

O local foi palco da Revolta do Queimado, ocorrida em 1849. O movimento eclodiu depois que negros escravizados não receberem a alforria prometida como compensação pelo trabalho de construção da Igreja de São José do Queimado. Entre outros combatentes, Elisiário, Chico Prego e João da Viúva são os protagonistas desta insurreição. Eles lideraram um grande levante que só foi reprimido após a chegada de reforços militares enviados do Rio de Janeiro. Após o fim da revolta, cinco negros foram condenados à morte, entre os quais se incluem os principais líderes do movimento. Apenas um deles, Elisário, conseguiu fugir: desapareceu nas matas do Morro do Mestre Álvaro.

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